Em 2023, 120 jornalistas e profissionais da comunicação social, incluindo 11 mulheres, foram mortos, anunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a 31 de dezembro.

Os dados divulgados pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), até 3 de janeiro, indicam que 77 jornalistas e profissionais dos meios de comunicação social foram confirmados mortos, sendo 70 palestinianos, 4 israelitas e 3 libaneses.

A FIJ, que publicou uma lista inicial de 94 jornalistas mortos antes do Dia dos Direitos Humanos da ONU a 8 de dezembro, destaca que este aumento é resultado de mais mortes na guerra de Gaza e de outros assassinatos recentemente reportados à federação.

A nível global, 68% dos jornalistas e colaboradores dos meios de comunicação social mortos em 2023 foram vítimas do conflito em Gaza, de acordo com os registos da FIJ.

Na Ásia-Pacífico, foram mortos 12 jornalistas –  Índia (3), Afeganistão (2), Filipinas (2), Bangladesh (2), Paquistão (2) e China (1). Na América do Norte e do Sul, 10 jornalistas perderam a vida – três mexicanos, um paraguaio, três guatemaltecos, um colombiano, um hondurenho e um americano.

Em África, a FIJ reporta oito assassinatos – Camarões (2), Sudão (1), Lesoto (1), Mali (1), Somália (1), Moçambique (1) e Nigéria (1), que ainda não foram completamente investigados, além de um assassinato acidental no Ruanda.

Na Europa, três jornalistas foram mortos – um ucraniano, um russo e um francês – na guerra da Ucrânia, juntamente com um colaborador de meios de comunicação social na Albânia.

A FIJ faz um apelo urgente aos governos mundiais para que adoptem rapidamente uma convenção internacional vinculativa, com o objectivo de proteger a segurança e a independência dos jornalistas em zonas de conflito.

Também o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) se encontra a investigar de forma exaustiva todos os relatos de jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social que perderam a vida, ficaram feridos ou desapareceram durante a guerra e refere que este é o período mais fatal para os profissionais da comunicação desde 1992, quando o CPJ começou a registar esses dados.

Até 3 de janeiro de 2024, as investigações preliminares do CPJ revelaram números estarrecedores. Pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social perderam a vida, fazendo parte do trágico saldo de mais de 22 mil vítimas desde o início do conflito em 7 de outubro. Destas, mais de 21 mil são palestinianos em Gaza e na Cisjordânia, enquanto 1.200 são israelitas.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) comunicaram às agências Reuters e Agence France Press que não poderiam assegurar a segurança dos jornalistas na Faixa de Gaza.